Não sei se se passa convosco, mas é cada vez mais díficil dar ou receber abraços...
Às vezes, precisamos de um abraço de conforto, de um abraço de vai ficar tudo bem, de um abraço de não passa nada...no entanto, o que constato é que, mesmo entre amigos, nós não damos abraços...
O toque físico está em vias de extinção. Às vezes apetecia-me pedir apenas um abraço de conforto e às vezes apetecia-me dar um abraço de conforto, mas uma espécie de barreira invísivel de formalismo e de frieza invade-nos e impede-nos de dar ou pedir...
Mesmo aos que nos são próximos, mesmos aos nossos melhores amigos, se formos a ver bem, não é frequente um abraço...cumprimentamo-nos com os tradicionais beijinhos na face, mas um abraço..não..nem mesmo quando mais precisamos ou quando vejo que alguém precisa...fico constrangida em oferecer colo...
Na verdade só damos abraços em velórios e/ou funerais (e é preciso que a pessoa seja muito chegada) ou quando não vemos alguém, que nos é próximo, há muito tempo....
A verdade é que existem outros momentos que necessitamos de um colinho, de um toque, de um abraço....e é tão bom, tão reconfortante, dar e receber...
Lá por sermos adultos não significa que deixemos de ser amistosos ou físicos para com quem nos quer bem...mesmos os adultos (supostamente fortes e duros) têm os seus momentos e se calhar, talvez, a força de um abraço num determinado momento pode ajudar a minimizar, a relativizar e quem sabe até a superar as adversidades...
Vou tentar pôr em prática...espero que não me olhem de lado, como quem viu um ET...e espero que não pensem: "De onde veio isto? Ensandeceu de vez?..."...
Oh pá! Então é por isso que andas sempre a correr atrás de mim de braços abertos!!!!
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